segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Os Vícios de Linguagem

Vícios de linguagem são os "cacoetes" que as pessoas tem e que aparecem sem que elas percebam que eles estão lá. São palavras que parece que obrigatoriamente tem que fazer parte do que se diz.

Eu as chamo de "muletas da dialética".

São palavras que são inseridas repetidamente nas conversas, às vezes fazendo a função de vírgula ou ponto final das frases.

Quer saber se você utiliza essas "muletas"? Vamos aos exemplos:

Se você usa "entendeu", "tipo assim", "então", "né", "aí", "porr@", "na verdade", ou qualquer outra forma de iniciar ou finalizar suas frases em uma conversa, você tem vício de linguagem.

Não sei pra vocês, mas pra mim é muito difícil conversar com alguém por mais de 2 minutos se a pessoa usa essas palavras para iniciar ou finalizar tudo o que diz. Fica parecendo que ela gravou aquilo na cabeça e tornou obrigatório falar sempre a mesma coisa. Não importa qual conversa esteja sendo realizada.

Outra coisa com relação a isso é o fato de algumas palavras serem até ofensivas a quem escuta.
O caso do famigerado "entendeu" é um deles. A palavra "entendeu" torna automaticamente burro quem está ouvindo.

- Então senhor, como faço pra chegar no sítio do pica-pau amarelo?
- É muito simples. Segue aqui em frente, entendeu? Aí você vai ver uma padaria, entendeu? Entra na rua da padaria e segue mais 3 Km mais ou menos, entendeu? Aí você vai ver uma estrada de terra na direita, entendeu? Segue a estrada de terra mais uns 2 Km e tem uma cachoeira, entendeu? Logo depois da cachoeira é a entrada do sítio, entendeu?

Não sei o que a pessoa responderia caso eu dissesse que não entendi...

Muletas da dialética são irritantes. E você com certeza conhece alguém que usa o "porr@" como vírgula.

Já pensou você apresentando essa pessoa à sua família, e a cada frase ela solta um "porr@" atrás do outro sem cerimônia?

- Oi Pai! Oi Mãe! Esse(a) aqui é o(a) FULANO(a) que veio jantar com a gente.
- Opa, prazer em conhecer vocês aí, porr@!
- Chegaram bem na hora da janta, sentem aí.
- Porr@, legal!
- Pode se servir à vontade.
- Mas que delícia de feijão, porr@, qual o tempero?
- É segredo de família.
- Pooooooooooorr@, muito bom...

Outra que me desanima a conversar é o tal do "na verdade".
Quando utilizam o "na verdade", fica parecendo que era mentira tudo o que foi dito anteriormente. Mas na verdade, poderia ser tudo verdade, se mais na frente um outro "na verdade" não aparecesse e estragasse toda a verdade dita até então...

Esse parágrafo acima deve ser lido mais uma vez para que você compreenda bem.

Vai lá, eu espero. Eu sei que ele é meio confuso...

Entendeu?

Então.

Mas pro grande final eu guardei o campeão de irritação.

É o "tipo assim".

"Tipo assim" é o ponto máximo da irritação por que ele pode ser utilizado para começar qualquer frase sobre qualquer assunto. E irrita também na sua forma curta. O "tipo".

"Tipo isso", "tipo aquilo", TIPO É O C@&¨$(*&0"!

Tipo pra mim, na verdade, porr@, é uma marca de carro né?
Entendeu?

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